Entender o ciclo para agir onde faz diferença

    Aedes aegypti se multiplica em água parada limpa dentro e ao redor das casas. O ciclo do mosquito é rápido e qualquer recipiente vira criadouro. Por isso, o combate é semanal e começa no quintal. Revise calhas, bandejas de geladeira, pneus, vasos, ralos pouco usados, caixas d’água e lajes. Tampe, escoe, lave e escove para retirar ovos que aderem às paredes. Se há animais, mantenha bebedouros limpos e sem excesso de água. As visitas institucionais ajudam, mas não substituem a rotina doméstica. Quando cada casa cuida do seu perímetro, o bairro reduz a infestação e a chance de transmissão.

    Os sintomas variam e muitas vezes se confundem. Febre, dor no corpo e nas articulações e manchas podem aparecer. A dengue pode evoluir com sinais de alarme como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos, tontura e sonolência. Esses sinais exigem avaliação. Hidratação é pilar do cuidado. Evite medicamentos que aumentem risco de sangramento sem orientação. Gestantes merecem atenção particular por risco de zika para o bebê. Em comunidades, informar com linguagem simples e registrar focos em um mapa do bairro direciona mutirões.

    Rotina prática no nível de casa e de rua

    Em casa, faça a vistoria do quintal toda sexta feira. Coloque alarme no celular e envolva as crianças. Transformar a busca em jogo educativo cria vigilância contínua. Conserte vazamentos e nivele pisos que acumulam água. Em apartamentos, cuide de varandas, pratinhos de plantas e ar condicionado. No prédio, solicite revisão de áreas comuns. Na rua, organize mutirão mensal com a associação de moradores. Mapeie pontos crônicos, como terrenos baldios, e peça apoio do serviço público. Combine comércios para manter calçadas limpas e tampas de caixas de passagem íntegras. Em dias de campanha, distribua sacos para descarte, material informativo e ofereça ajuda a quem tem dificuldade de acesso.

    Repelentes funcionam quando usados corretamente, especialmente em horários de maior atividade do mosquito. Instale telas em janelas e use roupas que cubram braços e pernas em surtos intensos. Em escolas, professores podem incluir a vistoria de criadouros em aulas de ciências e organizar feiras de soluções caseiras, como funis de garrafa para ralos. A informação circula melhor quando passa por mãos conhecidas.

    Como a comunidade acompanha resultado

    Indicadores simples mostram avanço. Menos recipientes com larvas nos mutirões, queda no número de casos comunicados à unidade de saúde, diminuição de faltas escolares por febre. Se o bairro usa um grupo de mensagens, estimule o envio de fotos de criadouros eliminados e de solicitações atendidas pela prefeitura. Quando a rua se organiza, o mosquito perde espaço. Prevenção é repetição com método, e o método se aprende fazendo.